CARNAVAL

O carnaval é uma festa que tem sua origem no início da nossa civilização, nas celebrações da fertilidade e da colheita às margens do Nilo, há mais ou menos seis mil anos atrás.
As primeiras celebrações carnavalescas no Egito Antigo, eram na intenção da deusa Isis.
Na Grécia, por volta dos anos 600 a 520 A. C., esta festa, também tinha o propósito de realizar cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade  e pela produção, mas nos seus rituais foram acrescentados a bebida e o sexo, nos cultos ao deus Dionysus, com as celebrações dionisíacas.
Na Roma Antiga bacanais, saturnais e lupercais festejavam os Deuses Baco, Saturno e Pã. O Carnaval prolongava-se por sete dias nas ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro.
Todas as atividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
A Sociedade Clássica acrescenta ainda uma função política de distenção social às celebrações, tolerando o espírito satírico, a crítica aos governos e governantes nos festejos.
A civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio, se realizasse o carnaval romano. A Igreja proibia as manifestações sexuais no festejo, então, novas formas de manifestação foram criadas, tais como: corridas, desfiles, fantasias, sátira e morbidez. O carnaval tornava-se então, uma festa mais ordeira, artística, com desfiles alegóricos e bailes, por exemplo.
Por volta de 590 D.C., a igreja Católica adotou o carnaval como festa.
No ano de 604, o papa Gregório I definiu que, num período do ano, os fiéis deveriam se dedicar exclusivamente às questões espirituais. Seriam 40 dias em que se deveria evitar sexo, carnes vermelhas e festas. Quase quinhentos anos depois, os católicos definiram as datas oficiais da chamada 'Quaresma', e o primeiro dia dela se chamaria ‘quarta-feira de cinzas’.
Porém, os dias que antecedem a "quarta-feira de cinzas", começaram a ser de intenso consumo de carnes, bebidas e de festas. A esse período deu-se o nome de ‘prazeres da carne’, ou ‘carnis valle’, que tem origem no Latim e que, depois, passou a ser ‘carnevale’. A palavra virou sinônimo do que seria uma espécie de antônimo da Quaresma. “As ruas enchiam-se de gente fazendo tudo aquilo que não se devia ou não se podia fazer durante o resto do ano. O que dava o caráter especial ao carnaval era a grande concentração de brincadeiras num mesmo período, a proximidade com a longa abstinência e com a Quaresma.
Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo.
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a "quarta-feira de cinzas", o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite, dos prazeres da carne marcada pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a "quarta-feira de cinzas". Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.
 No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.
As festas do carnaval no Brasil colonia, tinham o molde lusitano. As brincadeiras chamavam-se "entrudo" e nada mais eram do que jogar água nas pessoas, pó, perfumes, ovos, areia, entre outras coisas. Brincadeira meio sem graça e considerada violenta na época, tanto que chegou a contabilizar alguns mortos.
 No começo do século XIX, o país foi começando a se livrar das marcas portuguesas e foi se livrando do "entrudo", por considerá-lo selvagem, ultrapassado e grosseiro.
A burguesia do Rio de Janeiro espelhou-se no modelo parisiense, que era mais sofisticado, com bailes e desfiles de carruagens.
Com o tempo a festa foi se popularizando e foram surgindo grupos como, blocos, cordões e ranchos, que por sua vez também evoluiram para as escolas de samba, até chegarmos aos formatos de hoje, tendo o Rio de Janeiro como modelo de festa de carnaval para o mundo.
A "quarta-feira de cinzas" é um dia de jejum, cujo nome vem do hábito de marcar com cinzas aqueles que estão empenhados em cumprir o jejum da Quaresma.
Os católicos são marcados com uma cruz na testa feita com cinzas. Normalmente as cinzas são feitas de folhas de palmeiras, bentas no "Domingo de Ramos" do ano anterior e ungidas com água benta antes de serem usadas.
A quaresma significa 40 dias de jejum, em imitação ao jejum de Jesus Cristo após seu batismo (a Epifania). A quaresma começa na "quarta-feira de cinzas", 46 dias antes do domingo de Páscoa. *Porque são dias celebrativos, em nome da Ressurreição, os seis domingos que ocorrem durante o período da Quaresma não são contados como parte do rito de 40 dias.
Como se pode ver, o carnaval é muito antigo e foi mudando ao longo do tempo. É um tempo de festa sem dúvida, mas os cristãos não podem desvirtuar seu propósito.
Ficarei me preparando para a Quaresma. Vou comer carne à vontade, ouvir muita música, receber as cinzas na quarta-feira e iniciar um período de jejum e oração durante a Quaresma.
Todos estão convidados.
Abs

Nenhum comentário:

Postar um comentário